quinta-feira, 24 de fevereiro de 2005

E OS CEGOS?

Após o primeiro dia de TCC no sagrado galpão de arquitetura da FURB... feitas as circenses escolhas de orientadores e desorientandos...veio um contato inicial com minhas vítimas do semestre...e sai pensando...conforme o que venho argumentando e acreditando ser a maneira mais essencial do acontecer arquitetura...aquela frase relacionada ao nao-objeto...afirmando que a arquitetura não é uma " coisa" , e sim uma sequencia de emoções individuais e mutantes em cada um e na linha do tempo...me perguntei...De que precisso para me emocionar? ..são meus sensores naturais, olhos para ver , pele para sentir a temperatura do lugare o passar do vento, o tato para tocar , os ouvidos para sentir o s sonidos e o silencio, o olfato para sentir os cheiros , aromas, poderia prescindir do gosto?...não sei ainda...Surgiu então a segunda pergunta...Se tivesse que escolher a falta de alguns desses sentidos evitando reduzir o mínimo possível minha capacidade perceptiva ...Qual escolheria? sem duvida alguma qualquer um deles menos a visão...E logo aparece a pergunta fatal... difícil...Como os cegos sentem e se emocionam com a arquitetura?...crise conceitual...preciso pensar nisso...alguém me ajude.

4 comentários:

Anônimo disse...

.....imaginando...fechei os olhos mentalmente e começei novamente a viagem.....vou descer e continuar à pé mesmo, fica muito mais fácil de perceber o que há pela volta.....andando, andando os olhos continuam fechados no imaginário, assim tentando similar uma pessoa que não pode enxergar.....cheguei a um lugar, senti que é gigantesco pois os sons por menores que sejam soam para todos os lados....pessoas sussuram....sinto que não se pode falar muito alto neste espaço....andando somente eu e um apoio de mão começo a subir uma rampa sinuosa, que me faz sentir leve de paz com o mundo, vou andando e ouço crianças falando baixinho enquanto um guia falava sobre algumas obras que estavam contidas naquele espaço.... sem dúvida percebi a importância que deveria ter um espaço como este....continuei andando....começei a tocar as paredes, o material era sempre o mesmo...ora liso...ora rugoso...mais dava para perceber que em seu conjunto que era uniforme, um único material....andando mais um pouco senti um vento que vinha em meus pés, sinto movimentando meus pés que é uma parede e pareçe estar em balaço, suspensa ou pendurada...não sei, só sei que com as mão posso sentir um vazio, um rasgo talvez, ou talvez ainda esta parte da obra não esteja totalmente acabada....mas que certamente se contrapõe ao que antes se diferênciava pelo liso ou rugoso, como se fosse uma brincadeira para quebrar a monotonia que estava percebendo, um plano reto em um circulo continuo...continuo andando e sinto o cheiro, o cheiro das pessoas que não param de andar de um lado para outro...em passos lentos parecem mais estar dançando ao som de alguma sinfônia muito suave, percebo que para elas também é um momento muito especial estar neste espaço, ou melhor o espaço transmite isso......me emocionei.... ao meu modo..... e não pense você que fiz esta viagem apenas com os quatro sentidos.... estou com cinco...cinco? sim, o olfato, o paladar, (hum lembro do café que tomei na lojinha de souvenir; definitivamente não gosto de café), tato, audição e a visão perceptiva e sensitiva que só é possivél te-la com o coração, não com os olhos, sua pergunta é respondida com sua própria visão...SEQUÊNCIA

Anônimo disse...

...continuação....SEQUÊNCIA EMOCIONAL.....
......Há muito que vêem mais não percebem e sentem como é ver a alma, o coração e a vida que tem quando de uma verdadeira arquitetura.....eles vêem mas não olham com o coração....observam a IMAGEM na sua superficialidade de feio ou bonito.....
....Há muitos felizes que vêem, percebem, sentem a alma, o coração e a vida da verdadeira arquitetura.....observam a IMAGEM na junção do sentido visão com a visão do coração.....
.....Há muitos que não vêem, mas percebem e sentem como é a alma, o coração e a vida da verdadeira arquitetura mesmo sem enxergar......eles não vêem mas olham com o coração....observam a IMAGEM na sua subjetividade, aliando as percepções e sensações, para eles não há feio ou bonito, não há a junção do que estão vendo com o coração com os olhos dos sentidos...é apenas uma imagem....talvez um pouco diferente da real mas que para eles sem dúvida é VERDADEIRA. E por ser verdadeira é que se emocionam e sentem......
...agora quanto a viagem que fiz anterioremente, deixe sua imaginação ir até lá que logo ela dará a resposta, pode ser talvez através das dicas que dei você pare em algum metro ou em algum centro para idosos ou crianças, mas só a sua imaginação, aliada a sua percepção e sensibilização você chega a um destino...igual ao meu ou diferente dele eu não sei...só sei que terá que ser VERDADEIRO para você assim como a IMAGEM é para os cegos.....
arq_michelle

Anônimo disse...

Tato
Olfato
Gustação
Visão
Audição
Coração, Coração?
O sexto sentido...
Que transcende
O físico
Os limites
Você pode enxergar música
Tocar as cores
Ouvir as formas
Emoção
Feche os olhos
sinta
retorne a inocência
essência
você é.

Anônimo disse...

A minha visão é de que escolheria o sentir através do cheiro, para que a vida não apagasse o que eu não quero sentir, se apagassem o meu olfato apenas, eu aproximaria-me apenas para apresentar-me às telas emocionais as questões de ardor poético em termos de audir o desconhecido, porque a minha visão de adotar arquitetura como sendo a visão de mundo das pessoas é de que ouvir é mais arquitetura, por isso audiria ao invés de argumentar, atiraria aos braços de uma fábula de cores através do tato ao invés de atacar as falanges de um arquitetura audaciosamente entorpecida por fábulas de conhecimento onde o argumento é a desconhecida entoada de audir uma arquitetura e não amá-la por simples visão, Obrigado.